quinta-feira, 2 de maio de 2013

Conheça os tipos de parto e escolha o melhor para você

Um dos momentos mais plenos da vida da mulher, a gestação deve ser vivida da forma mais natural possível

Durante toda a gravidez, uma das preocupações das futuras mamães é decidir de que forma seu filho virá ao mundo. E à medida que se aproxima a data de nascimento, as dúvidas sobre o melhor tipo de parto invadem a mente feminina, dando origem a temores e anseios. Especialistas são unânimes em afirmar que não existe um tipo ideal de parto, embora o normal seja o mais indicado, por oferecer um ambiente mais seguro para mãe e bebê. 

No entanto, a decisão da via de parto não cabe apenas à mãe ou ao médico que acompanha a gestante no pré-natal, deve ser discutida e avaliada segundo diversas variáveis. Um exemplo é a identificação, durante o pré-natal, nos exames de rotina, como o ultrassom, ou mesmo durante o trabalho de parto, de algo que possa comprometer o nascimento natural. Mas são casos específicos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a via abdominal não deve ultrapassar 15% dos partos. 

"O parto deve ser natural, o mais espontâneo possível, com um mínimo de sofisticação na sua assistência, com o máximo de consciência e de adestramento técnico do profissional que o assiste. A melhor maneira de seguir um parto é observá-lo, sem interferir no seu andamento", opina a ginecologista e mastologista Nara Mattia. 

A médica explica que, seja qual for a forma de nascimento do bebê, é imprescindível que o parto seja seguro. "Um parto deve ser sempre o mais seguro possível, tanto para a mamãe quanto para o bebê. O casal e o médico obstetra devem discutir este assunto e chegar a um acordo do que é mais seguro para o caso deles, levando em conta a história do casal, sua filosofia de vida, entre outros fatores", aconselha.

Reprodução


Nara Mattia salienta que a mulher não deve se frustrar caso não tenha possibilidades fisiológicas de ter o parto normal. "Creio que uma grávida deve caminhar na direção do parto natural, mas não se frustrar se precisar de uma analgesia ou outro tipo de intervenção", orienta. 

Existem vários modelos de atenção médica, várias maneiras de se encarar o mesmo fenômeno. Intervenções são os procedimentos que geralmente os médicos (e outras pessoas presentes em sala de parto) realizam durante o parto. Se você está grávida, e ainda tem dúvidas sobre as diferentes formas de trazer um bebê ao mundo, confira a seguir as vantagens e desvantagens de cada tipo de parto e suas variações: 

Parto Normal 

É realizado entre a 37ª e a 40ª semana de gestação, quando as contrações alertam a mãe sobre o começo do trabalho de parto. Quando ocorrem a cada cinco minutos, significa que o corpo está pronto para o nascimento. Para que o processo se inicie, é preciso que a dilatação esteja em, aproximadamente, dez centímetros. Após isso, o útero começa a empurrar o bebê e a mamãe deve ajudar fazendo força até a cabeça aparecer. Após o nascimento, novas contrações expulsam a placenta. 

Indicação: grávidas que não apresentem complicações, pois o organismo já se prepara para o nascimento. Os hormônios produzidos durante o trabalho de parto ajudam a acelerar a produção do leite.

Vantagens: não apresenta riscos ao bebê ou à mãe e beneficia o corpo para novas gestações. A recuperação da paciente é rápida e menos dolorosa. 

Desvantagens: mesmo que a gestação tenha sido saudável, não se tem controle total do parto, pois é preciso esperar o corpo reagir. Se o corte cirúrgico no períneo for necessário para facilitar a passagem, é preciso ter cuidado durante a cicatrização. 

Intervenções do parto normal 

Deitada na cama - É mais comum e utilizada forma de se acompanhar uma parturiente, mas a maioria das mulheres afirma que tem mais dores quando está deitada. 

Posição ginecológica ou Litotomia - A maioria das mulheres acha horrível e que está provado que a posição melhor para a mãe e para o bebê, a mais fisiológica, a que determina as melhores aberturas dos ossos da bacia para o parto são as posições verticais (cócoras, sentada, de joelhos, semi-sentada, cócoras sustentada, em pé). 

Episiotomia - Para facilitar a saída do bebê e evitar lacerações e roturas do assoalho pélvico, o obstetra efetua a episiotomia, que é um corte cirúrgico de aproximadamente 4 cm feito no períneo, com anestesia local ou peridural. Emocionalmente, a episiotomia pode ser percebida com grande desconforto nos primeiros dias do pós-parto e, por algum tempo, pode gerar temor de abrir os pontos, quando do reinício das relações sexuais, mesmo que a cicatrização já esteja completa. Atualmente nos meios científicos já é aceitável que esse método não é um procedimento de rotina. "É preciso que seja avaliado se é necessário ou não esse procedimento, pois pode gerar danos a paciente caso feita sem indicação", alerta Nara Mattia. 

Anestesia - A mais indicada é a peridural. Existem também medicamentos que aliviam a dor durante o parto, analgésicos, principalmente medicamentos opiáceos, que agem no sistema nervoso central. 

Indução de parto com medicamentos - Essa intervenção é usada quando o trabalho de parto é lento e a dilatação é pequena. Para acelerar o processo são usados ocitócitos (aplicados na veia), prostaglandinas na forma de gel vaginal ou uso do misoprostol via vaginal. Os medicamentos aumentam a frequência das contrações e a intensidade da dor. 

Fórceps - Duas 'colheres' de metal com hastes prolongadas que se pode introduzir na vagina e auxiliar o parto em casos onde o bebê não está progredindo, não consegue nascer. Quando um parto normal já está em andamento, e não se tem condições de fazer uma cesariana, o uso do fórceps é o método mais fácil e rápido. 

Vácuo extrator - Funciona aderindo a cabeça do bebê, mas com uma pressão controlada com manômetro, e que permite realizar uma certa ajuda para a saída de partos difíceis sem utilizar os fórceps. 

Variações do parto nornal 

Natural - O termo 'parto natural', com o passar do tempo ficou um pouco desgastado na língua portuguesa, por designar um grande número de tipos de partos. Mas em termos gerais podemos entendê-lo como um parto com o mínimo de intervenções. Nesse tipo de parto a dor é diminuída por meio de banhos quentes, massagens, caminhadas e exercícios com bola. Além do que, não há intervenções para romper artificialmente a bolsa e nenhuma incisão é feita. Ainda assim, é preciso acompanhamento para que o médico tenha um panorama da evolução da criança, se está adequado ou não, possibilitando qualquer procedimento de emergência. 

Leboyer - Foi criado pelo obstetra francês Frédérik Leboyer e introduzido no Brasil no ano de 1974 pelo obstetra Claudio Basbaum. Nesse parto, também chamado de parto sem violência, tenta-se não estressar o bebê, tornando sua primeira experiência fora do útero menos traumática. Para isso, o parto é feito com pouca luz, silêncio, massagens nas costas do bebê para estimular seus pulmões, banho do bebê perto da mãe, ambiente quente (sobre o abdômen da mãe) e amamentação precoce. No parto Leboyer, o cordão umbilical somente é cortado quando para de pulsar, para facilitar a transição da respiração. 

Na água: numa banheira esterilizada e com água aquecida, a mãe dá à luz. Nos primeiros momentos, a criança ainda respira pelo cordão umbilical, por isso não há risco de afogamento. Nele, a mulher sente menos o cansaço do trabalho de parto, mas é contraindicado para gestantes com pré-eclâmpsia. 

De cócoras: com a ajuda da gravidade, a tendência é que seja realizado mais rapidamente, porém só é indicado para mulheres que não apresentam problemas de pressão arterial e se o bebê estiver na posição certa para descer. 

Domiciliar: precisa de suporte médico e estrutura, pois existem complicações que podem ocorrer até mesmo com uma gravidez considerada normal e saudável, como crises hipertensivas no momento do parto e hemorragia. Nestes casos, a demora para chegar a um hospital pode ser decisiva para a saúde da mãe e do bebê. 

Para quem não se sente segura para um parto domiciliar, uma alternativa são as maternidades com suítes de parto, LDR (Labor and Delivery Room), que conciliam o conforto de uma casa com a credibilidade de um hospital. No Brasil, é possível ter acesso a estas facilidades nas principais maternidades do país. 

Cesariana 

É um processo cirúrgico realizado por meio de um corte no abdômen e na parte inferior do útero para retirar o bebê, com auxílio de anestesia. Logo após o nascimento a mãe é levada para uma sala de recuperação. 

Indicação: apenas quando há algum impedimento para o parto normal ou a mulher apresente riscos de hemorragia, descolamento da placenta, problemas de coluna ou quadril, cardiopatia, diabetes gestacional ou hipertensão. Também é realizado quando, mesmo após a tentativa de induzir o parto, não há dilatação do colo uterino. 

Vantagens: método alternativo nos casos em que os riscos do parto normal são maiores do que os benefícios, e também uma opção para quem enfrenta uma gravidez complicada. 

Desvantagens: riscos de infecção, hemorragia, complicações anestésicas ou até mesmo acidentes próprios da cirurgia. A cicatrização pode apresentar problemas e recuperação requer cuidados.

Fonte: http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-34--5-20130502&tit=conheca+os+tipos+de+parto+e+escolha+o+melhor+para+voce

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